O acto criativo que distingue a produção artística nem sempre se traduz numa operação construtiva. A arte muitas vezes acaba por ser um trabalho em negativo, dedicado a desfazer, a dar origem a um destruição criativa. Pense, por exemplo, nos famosos cortes de Fontana ou nas combustões de Burri. O fascínio pela desconstrução e destruição e o ataque à tela ou material artístico constituem duas expressões fundamentais para a arte contemporânea. Então, por que não explorar a fragilidade natural de alguns materiais?
Retratos gravados em vidro
Simon Berger, artista suíço contemporâneo, explora as profundezas da vidro, batendo e partindo as placas com um martelo para criar retratos gravados, onde este material é simultaneamente a estrutura de suporte da obra e o código estilístico do artista.
Il linguagem plástica de Simon Berger é conseguida através da produção de fissuras e fissuras, cuja disposição na laje gera uma fusão de fissuras que se revela plenamente no maravilhoso e evocativo orgulho de um rosto feminino.
O modus operandi
De acordo com essa técnica, quanto mais próximos os golpes de martelo estiverem no painel de vidro, mais fortes serão os contrastes e as tonalidades. Inicialmente, o artista se inspira em uma fotografia e começa a traçar os contornos em uma placa de vidro (geralmente um vidro de segurança). Depois marca os pontos que não quer quebrar e os que pretende intervir, procedendo então a marteladas certeiras e precisas que trazem à tona os rostos, através de um jogo de sólidos e vazios, transparência e opacidade, resumindo: de destruição encantadora .
Um estudo em essência
A investigação artística de Berger explora profundamente a matéria, desafiando seus limites; e encontra na destruição o meio privilegiado para libertar toda a essência do vidro.
Além disso, o trabalho do artista suíço sonda o fragilidade da condição humana, trazendo à tona o permanente conflito entre pulsão destrutiva e estímulo criativo, entre energia vital e aniquilação.
Em exposição em Murano
Os retratos hipnóticos de Simon Berger estarão em exposição na Itália, al Museu do Vidro Murano, a partir de sábado, 28 de janeiro de 2023, até domingo, 7 de maio. De fato, será possível visitar a exposição nos espaços museológicos da Fondamenta Marco Giustinian 8 Beleza Destruidora, concebida como uma instalação imersiva, composta por 20 obras inéditas do artista suíço, definidas pelo próprio Berger “morfogênese”, termo que em geologia indica o resultado dos processos que moldam os relevos terrestres.
Para mais informações sobre a exposição, que pode ser visitada todos os dias das 10 às 17, clique aqui.
Fontes: windowssullarte.info, collater.al, simonberger.art
Fonte da imagem: traço particular da simonberger.art